sábado, 30 de janeiro de 2010

Boca de veludo


Sinopse:

Em cada orelhão da Rua Augusta (lado centro) colamos uma boquinha de veludo feita de látex encapada com veludo no bocal do telefone e uma etiqueta, no aparelho telefônico (orelhão), que indicava o telefone do próximo orelhão.


A Rua Augusta é um local de intensa prostituição, e uma das estratégias de marketing dos cafetões é colocar o nome fake da prostituta juntamente com a divulgação dos tipos de serviços que ela presta e o telefone de seu local de trabalho em etiquetas que são fixadas no aparelho telefônico dentro do orelhão.


Nesta ação, tornamos todos os transeuntes e usuários de orelhões da Rua Augusta, clientes e prestadores de serviço sexual, ao menos no momento em que ele esteve em contato boca a boca.



Figura 1 croqui de Boca de Veludo



Figura 2 – acima: boca de veludo e etiqueta; abaixo: orelhão no gancho e etiquetas ao lado das etiquetas habituais.





quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Passarela



Projeto Passarela - o espaço visto por um viés de quem o ocupa.


O trabalho artístico de intervenção urbana está intimamente ligado a observação deste lugar e suas características. Isso ocorre de um ponto de vista, ou olhar: do ciclista, do pedestre etc. A intervenção urbana ocorre portanto quando, a partir desse primeiro momento como observador, a pessoa se propõe a ser produtor nesse espaço.


No caminho da Avenida Professor Atílio Martini até a entrada do Restaurante Universitário(R.U.) da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, há uma praça com uma rotatória que liga quatro vias de acessso. Até meados do ano de 2008 era pouca ou nenhuma a possibilidade de cruzá-la a pé ou de bicicleta por falta de uma sinalização adequada. Mesmo assim, a necessidade de se ir e vir pelo caminho mais rápido criou uma rota de ciclistas e pedestres por esse mesmo local. Uma rota subjetiva àquele lugar, que por continuo uso passou a ter seu registro marcado em seu gramado.



O trabalho Passarela que o ColetaColetivo realizou no ano de 2008 foi o de evidenciar através de uma ação artística-política essa deflagração. Por consenso, visto que a formação do coletivo se mostra heterogênia, escolheu-se dar continuidade as faixas brancas de sinalização pintadas no chão da ciclovia em direção a entrada do R.U. .




Dessa forma, a apropriação de uma visualidade comum a sinalização usada pela prefeitura seria suficiente para mostrar a falha de sinalização que ocorria no lugar.



Não somente os transeuntes se atentaram ao fato como semanas após a execução do trabalho a própria prefeitura sinalizou esse mesmo caminho com novas faixas.